Do outro lado da linha, Diya franziu as sobrancelhas:— Você voltou do exterior há tão pouco tempo, como já começou a trabalhar?Diya pensava que Nelson, depois de tantos anos fora, iria passar mais tempo com Mestre Santos antes de se jogar no trabalho. Mas, pelo visto, ele era mais rápido do que ela imaginava.Nelson suspirou, fingindo resignação:— Não tive escolha... A oferta chegou, e o reitor pediu que eu me apresentasse logo. Eu tinha que ir, não é?Diante do tom zombeteiro de Nelson, Diya não conseguiu evitar um sorriso e deu uma leve torcida nos lábios. Se fosse outra pessoa, um típico profissional voltando do exterior e se curvando às exigências de um emprego, ela até entenderia. Mas era Nelson.Nelson, que havia contribuído tanto para o crescimento da família Santos, jamais estaria em uma posição de precisar de dinheiro.— Sério, irmão, você é do tipo que precisa de um emprego para pagar as contas? Vamos lá, me diga, qual é a verdadeira razão para isso? — Disse Diya.Diya e N
Diya abaixou o vidro do carro e viu um rosto surpreendentemente afável. Era difícil acreditar que aquele homem era o mesmo segurança que, na época em que ela era estudante, era tão ríspido e fazia de tudo para impedir que ela saísse pelos portões da universidade.— O Dr. Nelson já me avisou que você viria hoje. Pode entrar. — Disse o segurança, sorrindo.O portão eletrônico abriu, e Diya dirigiu para dentro do campus. O dia não colaborava muito com ela, pois Nelson estava em uma reunião. Depois de perguntar onde ele estava, Diya, levando em consideração as dificuldades que ele tinha com a mobilidade, decidiu ir até ele por conta própria.No décimo terceiro andar do prédio principal, na sala de reuniões, todos os professores do departamento de música da Universidade Armano estavam reunidos. Sob a liderança do vice-reitor, Dr. Noah, o encontro havia começado.Talvez por ser um andar raramente frequentado por alunos, a porta da sala estava apenas encostada, de forma um tanto displicente.
Do lado de fora da sala de reuniões, Diya reconheceu imediatamente a voz do inflexível Dr. Noah, famoso por sua postura intransigente desde a época em que ela era estudante. Quanto ao tal Professor Arthur, ela não tinha a menor lembrança.O que não era nenhuma surpresa, já que Diya nunca foi estudante do departamento de música e, portanto, nunca teve a chance de conhecer os professores dessa área.Agora, ver Noah enfrentando alguém com um temperamento ainda mais explosivo, como Arthur, era quase cômico. Diya mal conseguiu conter um sorriso ao perceber que aquela discussão poderia se estender por um bom tempo.Se ela seria contratada para lecionar na Universidade Armano ou não, na verdade, não era algo que a preocupava.Como não tinha pressa, ela puxou uma cadeira para si, sentou-se tranquilamente no corredor e decidiu assistir ao espetáculo como se fosse uma conversa casual em uma cafeteria.Dentro da sala, Noah não apenas enfrentava Arthur, mas parecia disposto a incluir todos os outr
Diya estava prestes a se levantar para entrar na sala e provar suas habilidades, mas, antes que pudesse dar o primeiro passo, Noah perdeu a paciência e gritou:— Todo mundo, silêncio!Assim que a sala ficou em completo silêncio, ele prosseguiu com firmeza:— Eu entendo a preocupação de vocês, e admito que ela não é infundada. No entanto, já pedi ao Dr. Nelson que convidasse a Srta. Ribeiro, e ela deve estar chegando a qualquer momento. Para resolver esse impasse, proponho o seguinte: se a Srta. Ribeiro aceitar o cargo de professora de violino, ela terá um período de um mês de experiência. Se, durante esse tempo, ela não demonstrar competência suficiente para atender aos padrões do nosso departamento, ficará claro que ela não tem capacidade para o cargo. Nosso departamento de música não é lugar para amadores, e eu acredito que, nesse caso, ela mesma terá o bom senso de sair, certo?A proposta parecia ser a solução mais razoável para o problema, e todos na sala acabaram concordando. Assi
O elegante e discreto Range Rover preto cortava a estrada em alta velocidade, enquanto Zeus, impassível, discava o número de Diya no celular.Por sorte, o décimo terceiro andar do prédio principal da Universidade Armano era quase deserto, e o barulho das discussões acaloradas dentro da sala de reuniões abafava qualquer som externo. Assim, quando o celular de Diya tocou repentinamente, ninguém pareceu notar.Ela olhou para a tela e viu o nome de Zeus. Imediatamente, franziu as sobrancelhas, irritada. Diya sabia que, se não atendesse logo, ele continuaria insistindo e poderia acabar atrapalhando sua conversa com os representantes da universidade. Decidiu, então, resolver esse incômodo de uma vez por todas.Assim que atendeu, Diya não fez questão de disfarçar sua insatisfação:— Mestre Zeus, nós estamos prestes a nos divorciar, você sabe disso, certo? Se não for algo realmente importante, poderia, por favor, parar de interferir na minha vida?Ela havia lutado muito para trancar Zeus em um
Diya não se deu ao trabalho de esconder seu desdém:— Sr. Zeus, deixando de lado o fato de que estamos prestes a concluir o período de separação e formalizar nosso divórcio, mesmo que ainda estivéssemos casados, eu tenho o direito absoluto à minha liberdade pessoal. Então, por favor, não interfira na minha vida, está bem?Ela estava irritada. Irritada com Zeus, com cada palavra e cada atitude dele. No passado, ela havia se entregado completamente a ele, só para receber indiferença em troca. Agora que ela não queria mais desperdiçar nenhum sentimento por ele, ele decidia se meter em todos os aspectos de sua vida.Zeus não ficou nem um pouco intimidado com as palavras dela e rebateu, direto:— Você acha que eu quero interferir na sua vida? Nelson já decidiu que vai trabalhar na Universidade Armano. E você, vindo aqui hoje, está tentando conseguir uma vaga para ensinar violino, não está?Os olhos de Diya se estreitaram, e sua voz saiu firme e furiosa:— Zeus, você é desprezível! Está me e
Finalmente, a luz da sala de cirurgia se apagou. Eduarda foi empurrada para fora pelos médicos e levada diretamente para a UTI.Os médicos explicaram que era necessário esperar 12 horas para observar se haveria alguma complicação. Se tudo corresse bem, então sua vida poderia, enfim, ser considerada salva.Como se tratava de uma detenta, os policiais responsáveis pela sua custódia estavam posicionados do lado de fora da UTI, atentos e alertas.Zeus, após ser informado da situação, deu ordens claras a Patrick:— Reforce a vigilância em volta da Eduarda. Não quero que ela tenha nenhuma chance de escapar!Enquanto isso, Diya permanecia diante da janela de observação da UTI, encarando Eduarda, que estava deitada na cama, com diversos tubos conectados ao corpo. A mulher parecia frágil, à beira da morte.Nos olhos de Diya, no entanto, havia algo que palavras não conseguiam descrever: um ódio frio e profundo, misturado a uma emoção que só ela sabia decifrar.Ela se perguntou, com amargura, se
Zeus falou rápido. Cada palavra que ele pronunciava fazia sentido para Diya, mas, juntas, pareciam deixar sua mente em branco.“Melhor deixar isso nas mãos do Zeus.” Ela pensou. “Do jeito que estou agora, não conseguiria arrancar Eduarda dele nem se tentasse.”Diya reprimiu todos os sentimentos confusos que surgiram em seu olhar. Antes que ela pudesse responder, ouviu a voz de Zeus, carregada de preocupação:— Volte para casa e descanse. Eu vou ficar aqui e vigiar Eduarda pessoalmente. Assim que ela sair de perigo, serei o primeiro a te avisar.Nesse momento, Bernardo chegou correndo, após finalizar todos os trâmites necessários. Quando avistou Diya, ele quase sorriu de alívio, mas a visão de Zeus tocando o ombro dela fez sua expressão mudar instantaneamente.— Zeus, tire as mãos dela agora!Como um furacão, Bernardo avançou até onde eles estavam e, com um movimento rápido, afastou a mão de Zeus do ombro de Diya. Em seguida, colocou-se à frente dela, protegendo-a completamente com o co