Antônio se levantou e abriu a janela para arejar o ambiente. Ele era o típico homem técnico, raramente envolvido com álcool ou cigarros.
- Mudar de rumo é uma opção, há muitas coisas neste mundo que valem a pena manter.
Ele era extremamente racional.
Jasmim olhou para ele e disse:
- Mas depois de perder tanto tempo no passado, virar uma ilusão, você não acha uma pena?
- Deveríamos ficar felizes, se essas coisas continuassem rondando nossas memórias, elas nos lembrariam repetidamente, trazendo arrependimentos repetidamente. Virar uma ilusão ao menos permite que a gente se liberte completamente, não é mesmo?
Antônio brincava com um isqueiro em suas mãos, falando de maneira bastante desapegada, como era de seu feitio, nunca se deixando perturbar por coisas efêmeras.
Jasmim franzia a testa, mas algo dentro dela parecia clarear.
Sim, tantos anos se passaram, aquela pessoa nunca voltou, o que provavelmente significava que não havia destino entre eles.
- Quanto aos caminhos que percorremos, f