— Por quê? — Ademir arqueou a sobrancelha, surpreso com o arrependimento tão rápido.
Karina murmurou:
— Tem cheiro ruim.
Ademir entendeu e riu:
— Você está com ciúmes?
“Ciúmes?”
Karina se virou, mas sentia apenas repulsa.
— Tudo bem, como quiser. — Ademir jogou o casaco de lado. — Se não quer usar, não precisa usar.
Ademir estendeu o braço e a puxou para perto:
— Então vou te abraçar, está frio lá fora e assim você fica aquecida.
Estava mesmo tão frio assim?
Karina franziu a testa, ainda relutante.
— Fique quieta. — Ademir a segurou firme, um pouco irritado. — Nem me deixa te abraçar? Não me diga que já se arrependeu antes mesmo de sairmos da delegacia.
— Não é isso. — Karina balançou a cabeça rapidamente, um pouco assustada com o humor instável dele.
Ela não resistiu mais e Ademir ficou satisfeito:
— Não é melhor assim?
Ele a abraçou e saiu pela porta da delegacia.
De repente, uma luz brilhou no rosto de Karina, que imediatamente virou a cabeça.
— O que houve? — Ademir levantou a mão