“Ela... A vida dela?”
— Não, não. Sr. Ademir, você está exagerando...
— Ademir. — Karina o chamou por trás.
— Deixa pra lá, vou desligar. — Ademir rapidamente desligou o telefone, se virou e deu um sorriso, temendo que ela descobrisse algo.
— Quem era?
— Júlio.
Karina deu uma risadinha sarcástica.
Esse homem mentia com uma facilidade impressionante, sem corar, sem hesitar.
— Já lavou os pés?
— Sim, só dei uma lavadinha.
Ademir olhou para os pés dela:
— Você fez um escalda-pés?
Karina balançou a cabeça, confusa:
— Não.
— Tem que fazer. — Ademir a puxou e a fez sentar no sofá. — Tem um balde em casa?
— Não.
“Quem teria um balde de escalda-pés em casa?”
Ademir franziu a testa, como se estivesse perguntando a si mesmo:
— E uma bacia?
— Tenho.
— Ótimo, me espera um minuto. — Ademir se levantou e foi direto para o banheiro.
Quando voltou, estava com uma bacia nas mãos, e as mangas da camisa já enroladas até os braços.
— Aqui. — Ele colocou a bacia