Ademir respondeu com dificuldade. Na verdade, ele não queria admitir, pois achava que Karina estava se equivocando... De fato, assim que ele assentiu, Karina sorriu: — Claro, a Vitória está ocupada e não é conveniente, você deveria cuidar disso. — Karina... — Ademir sentiu uma dor no peito. Embora sua voz fosse suave e sua expressão tranquila, ele ainda achava que as palavras dela eram cruéis! — O que houve? — Karina esperou um momento e, vendo que ele não dizia nada, apontou para o quarto. — Se não for nada, eu vou ficar com o Catarino. — Karina! — Ademir de repente segurou o pulso dela. Sua expressão estava confusa e cheia de vergonha, mas também com um toque de ressentimento. — Eu não sabia que você e o Catarino estavam aqui, senão eu não teria ficado indiferente. Após ouvir isso, Karina deu um suspiro profundo: — Eu sei, não se desculpe, nem sinta que tem algo a ver comigo. Eu não te contei de propósito. Ademir ficou sem palavras. Então, ouviu Karina continuar
— Eu? — Karina ficou chocada, não entendendo o que ele queria dizer. — Sim. — Ademir levantou o queixo e apontou para o leito de Catarina. — Você sabe, quando estava consolando a Catarina, parecia que uma luz a envolvia. Era como se, no futuro, você fosse uma ótima mãe. Enquanto falava, seus olhos caíram sobre a barriga dela. Embora Ademir tivesse falado de forma casual, Karina ouviu com muita atenção. Ela ficou parada, pensando... Uma boa mãe? Se fosse pensar bem, Ademir sempre foi muito gentil com essa criança. Ele parecia nunca tê-la rejeitado, nunca expressado desgosto. Por quê? Era porque ele foi educado dessa forma desde pequeno, ou seria essa uma influência mágica vinda do sangue? Os dois continuaram a caminhar, e Karina, de repente, fez uma pergunta: — Se, eu digo se, você se casasse com alguém grávida, mas não fosse eu, você também a aceitaria? E cuidaria da criança... O quê? Ademir parou de repente. — Você sabe o que está perguntando? Karina foi de
Karina sorriu e pediu a opinião dele.O homem engoliu em seco, demonstrando uma paciência fora do comum, e respondeu:— Está bem.— Agora eu já entendi. Quando um casamento não pode continuar, o melhor é encerrá-lo de forma adequada. Não é necessário que duas pessoas se tratem como inimigos. — Karina sorriu levemente e falou com suavidade. — Vamos nos comportar de maneira amigável daqui em diante.Após essas palavras, Karina o observou em silêncio.Karina pensou consigo mesma que Ademir deveria ter entendido.De fato, Ademir havia compreendido, mas ele parecia congelado, como se estivesse paralisado, e não fez nenhum movimento, nenhuma reação.Já Karina... Ela não mencionou nem uma vez que Ademir havia dado em cima dela.Não era isso uma forma sutil de rejeitá-lo novamente?"Vamos nos comportar de maneira amigável?" Quão agradável parecia essa frase, mas não era isso um modo educado de terminar? “Bom, que seja, vamos tentar nos comportar de maneira amigável!”Ao pensar assim, Ademir,
— O quê? — Patrícia atendeu o telefone, e sua expressão mudou imediatamente. — Mãe, não chora, eu já estou indo! Espera eu chegar, aí a gente conversa. Ela desligou rapidamente. — O que aconteceu? — Karina percebeu que Patrícia estava pálida e visivelmente angustiada. — Karina... — Ao contrário de Karina, Patrícia era uma pessoa que se emocionava facilmente. Assim que abriu a boca, as lágrimas começaram a cair. — Meu irmão... Ele foi levado para a delegacia! — O quê? Acontece que alguém da família Santos foi cobrar uma dívida. O irmão de Patrícia, Paulo Santos, foi impulsivo e acabou se envolvendo em uma briga com a pessoa. Paulo era jovem, muito forte e já havia sido militar, então a outra pessoa não tinha como vencer. Foi espancado até ir parar no hospital! E Paulo, logo depois, foi levado para a delegacia. Patrícia se apressou a trocar de roupa, pegar sua bolsa e as chaves. — Patrícia, eu vou com você. — Karina estava preocupada. — Não precisa. — Patrícia recusou
— Não se preocupe. — O policial perguntou novamente. — Sr. Pinto, você tem mais alguma coisa para fazer? — Tenho. — Filipe levantou a mão com o saco que segurava e sorriu. — Vim trazer sopa para o meu irmão. Estou ocupado, então vou indo. — Vá com calma. Filipe se virou e subiu as escadas. Depois de entregar a sopa, desceu rapidamente. Olhou ao redor do saguão, mas não viu Patrícia. “Onde foi Patrícia? Já foi embora? Tão rápido assim?”Parece que chegou tarde demais. Virou na esquina e foi em direção ao banheiro. Quando saiu, ao lado da pia, Patrícia estava lavando o rosto com água. Ela havia chorado muito antes, e seus olhos estavam bastante inchados. Filipe imediatamente se sentiu animado. “Isso é o que se chama, surpresas a cada esquina da vida!”Deu dois passos à frente, parando atrás dela, e tirou um lenço do bolso, estendendo ele para ela: — Enxuga o rosto. Patrícia levantou os olhos e viu quem era: — Você. — Sou eu. — Filipe mostrou seu sorriso caracter
O exame de Catarino hoje não foi muito extenso; parte foi realizada no quarto, e dois procedimentos que exigiam equipamentos específicos precisaram ser feitos no Edifício de Tecnologia Médica. Após concluir, Catarino foi levado de volta ao quarto. Karina recebeu uma ligação de Patrícia.— Patrícia, onde você está? — Ainda estou na delegacia. — Você passou a noite inteira na delegacia? — Sim. Karina não sabia o que fazer; essa situação era algo que ela também não poderia ajudar. — Você não dormiu a noite toda, isso não é bom, seu corpo vai ficar mal. Vai lá descansar um pouco, tudo bem? — Eu não consigo dormir. — Disse Patrícia, com a voz chorosa. — Eu estava pensando em passar no hospital. Karina, ao ouvir isso, imediatamente entendeu. — Vai ver a pessoa que seu irmão machucou? — Sim. — Patrícia respondeu, a voz carregada de emoção. — Papai e mamãe disseram que eles não querem aceitar o acordo, mas eu preciso tentar, de qualquer jeito. Karina entendia bem o que ela
Quando a outra pessoa ouviu isso, ficou ainda mais irritada. De repente, se sentou e levantou o braço em direção a Patrícia.— Por que está chorando? Você arruinou meu humor com essas lágrimas!Ele estava querendo bater nela? Embora estivesse machucado, a outra pessoa era um homem! — Pare! Karina entrou rapidamente, segurou Patrícia e a puxou para longe dela. Olhou com raiva para o homem.— Como você se atreve a bater em alguém?— Mais uma? — O homem zombou. — E daí se eu bater em alguém? O Sr. Paulo pode me bater, mas eu não posso bater na irmã dele? Eu não só vou bater nela, como vou bater em você também!E, dizendo isso, levantou a mão.— Vamos ver se você tem coragem de bater! De repente, uma sombra correu até a beira da cama, agarrando o ombro do homem com rapidez.Ele gritou de dor:— Ai!Karina piscou, surpresa:— Bruno?— Karina. — Bruno sorriu e acenou com a cabeça para ela. — Não se preocupe, o seu segundo irmão me pediu para te proteger!Bruno fez um movimento firme e, s
Quando Karina abriu a porta e viu Ademir, ficou paralisada por um momento.Era ele.Que coincidência, ele veio por conta própria hoje.— Karina.Ademir não se apressou em entregar a marmita, e com os olhos profundos, olhou para ela com seriedade.Era como se um gato tivesse avistado um peixe...— A neve está muito forte hoje.— Sim. — Karina respondeu um pouco devagar, assentindo. — Daqui a pouco, quando sair, dirija com cuidado...— Tá bom.Ademir ainda não havia entregado a ela a marmita, mas deu a volta nela, caminhando diretamente para dentro.Parou diante do armário de sapatos, ficou ali por um segundo.Então, perguntou:— Meus chinelos ainda estão aqui?Karina não sabia como responder, na verdade, os chinelos dele já não estavam mais ali.— Entendi. — Ademir deu um sorriso de canto e, tirando os sapatos, foi caminhando com as meias para dentro. — Estão pesados, vou colocar tudo no lugar e já vou embora.— Ah, obrigada.Karina o seguiu para dentro, observando ele tirar todos os pr