Karina ainda não tinha reagido. Ofegante, ela ergueu o rosto para olhar Ademir, os olhos tomados pelo medo.
Não conseguia nem imaginar o que teria acontecido se tivesse caído.
— Se assustou? — A voz de Ademir carregava um misto de culpa e carinho. Na verdade, ele também tinha se assustado.
Com o queixo apoiado na cabeça de Karina, ele murmurou baixinho:
— Desculpa, foi erro meu.
Mesmo que Karina tivesse recusado, Ademir deveria ter tido discernimento.
Numa situação dessas, como pôde simplesmente seguir a vontade dela?
Após refletir por um instante, ele estendeu os braços e, sem mais hesitação, a pegou no colo.
A súbita sensação de estar suspensa no ar fez Karina soltar um grito, e, por reflexo, ela agarrou o pescoço de Ademir.
Como um gatinho preguiçoso, se aconchegou obedientemente nos braços dele.
O coração de Ademir se aqueceu.
— Vou te levar até o carro. É rapidinho.
Ao dizer isso, sentiu um leve arrependimento.
Não deveria ter permitido que estacionassem