Otávio já havia recobrado a consciência, e seus olhos envelhecidos estavam cheios de lágrimas.
Havia tanto que queria dizer, mas as palavras não saíam.
Karina compreendia tudo:
— Vovô, o Ademir está bem. Eu já sei que ele se machucou, e tenho cuidado dele todo esse tempo. Você ainda não confia em mim?
Otávio piscou, aliviando um pouco sua expressão.
Ademir se aproximou rapidamente, se inclinando para segurar a mão do avô.
— Vovô, eu estou aqui. Olhe para mim, estou bem, não estou?
Otávio se esforçava para falar.
— Vovô, o que você quer?
Otávio não conseguia dizer nada, apenas juntou, com dificuldade, a mão de Karina com a de Ademir.
O significado era claro.
Otávio queria que eles ficassem bem juntos.
Ademir sentiu um nó na garganta, como se uma pedra estivesse ali presa:
— Vovô, pode ficar tranquilo, estamos bem.
O corpo de Otávio estava muito fraco, e ao ouvir as palavras de Ademir, fechou os olhos em paz.
— Vamos deixar o vovô descansar. — Disse Karina ao sair do quarto. — Não se pre