A boca de Karina estava cheia de comida, e ela apenas balançou a cabeça.
No entanto, ela não olhou para ele.
Ademir sentiu uma dor no peito, sabia que a havia magoado ao deixá-la esperando sozinha a noite toda:
— E amanhã à noite, que tal? Eu vou fazer a reserva no restaurante, e garanto que vou chegar antes de você.
— Não precisa. — Karina continuou balançando a cabeça, pegando um pedaço de rabanete picante, e murmurou em voz baixa. — Só resta esse.
— Eu te sirvo mais. — Ademir se levantou imediatamente, pegando o prato vazio.
Mas logo percebeu que não sabia onde o prato estava.
Procurou na geladeira, mas não encontrou nada.
Então, disse:
— Vou chamar a Wanessa.
— Não precisa.
— Não tem problema. — Ademir insistiu. — Você não queria mais, não?
— Eu disse que não precisa. — Karina franziu a testa e deixou o garfo de lado. — Por que você sempre faz isso? Se eu preciso ou não, eu mesma decido.
Sua voz estava claramente carregada de frustração.
Ademir percebeu