Vitória percebeu que Ademir estava com uma expressão estranha e perguntou:
— Você tem algo urgente para fazer?
— Tenho. — Ademir assentiu, se levantando. — Desculpe, Vitória, eu preciso ir.
— Não precisa pedir desculpas. — Vitória, compreensiva, não o impediu. — São tantos anos de amizade, você acha que vou me preocupar com esses detalhes? Se você tem algo a fazer, vá logo.
Ademir, agradecido, disse:
— Então eu vou indo. Vamos nos falar depois.
— Se cuide na estrada! — Vitória se levantou e o observou sair.
Um sorriso sutil se formou em seus lábios.
Com a mão, ela apertou lentamente o broche de borboleta que segurava, sentindo a tensão aumentar.
...
No carro, Júlio ligou para Bruno:
— Você precisa manter a Karina aí. O Ademir está a caminho.
— Vou tentar.
Após desligar, a porta do salão se abriu e Karina saiu.
Bruno, preocupado, se apressou para bloqueá-la, dizendo:
— Karina, o Ademir já está chegando, por favor, espere um pouco mais.
— Não. — Karina sorriu