Ademir, sozinho, estava entediado. Pensando no que aconteceu na noite anterior, decidiu ir direto para o escritório, querendo fazer as pazes com Karina.
Ele se aproximou dela pelas costas, se inclinando para abraçá-la:
— Está lendo de novo? Esqueci de te perguntar antes, você se alimentou bem à noite?
A proximidade fez Karina sentir o cheiro de perfume feminino, algo que não usava, mas que claramente vinha de Vitória.
— Já comi, estava com a Patrícia. — Karina respondeu de maneira calma.
Ela o afastou e continuou com a caneta na mão, lendo, de vez em quando escrevendo algo no livro.
Essa resposta tão fria... Ele sabia que ela não estava feliz, mas Ademir não sabia mais o que fazer. Já disse tudo o que precisava, e algumas coisas, ele simplesmente não podia fazer, nem prometer que faria.
— Já está tarde. — Ele tentou mais uma vez. — Acho que é hora de dormir.
Karina ainda não o olhou:
— Vai você, eu termino estas duas páginas e já vou para o quarto.
Não houve mais palavras.
Ademir a ob