Karina escolheu a manhã para visitar Otávio. Geralmente, naquele horário, Ademir estaria ocupado na empresa, o que diminuía as chances de encontrá-lo.
O quarto estava tranquilo.
Karina abriu a porta com cuidado e entrou devagar.
Otávio estava com uma agulha no braço, recostado na cabeceira da cama, adormecido.
Ela não quis incomodá-lo e, após verificar os dados no monitor, viu que seus sinais vitais estavam estáveis. Isso a tranquilizou.
No entanto, no momento em que se preparava para sair, Otávio abriu os olhos lentamente. Seus olhos envelhecidos brilharam com surpresa e alegria.
Ele estendeu a mão:
— Karina.
— Vovô. — Karina segurou sua mão com um doce sorriso. — Eu te acordei?
— Não. — Otávio balançou a cabeça, suspirando com a testa franzida. — Minha querida, você sofreu muito. Me desculpe, foi falha minha não ter educado bem o Ademir.
De repente, a porta do banheiro se abriu. Ademir saiu a passos largos, sua expressão levemente irritada enquanto se aproximava de Karina