— Você ainda tem o direito de vir aqui?
Ademir não soltou ele, e seu olhar era de uma ferocidade assustadora.
Seriam eles inimigos de séculos?
— Primeiro foi a minha mãe que você matou. Agora, nem o meu avô você vai poupar?
— Ademir? — Arthur balançava a cabeça, apavorado. — Não, eu não fiz isso.
Uma culpa tão pesada quanto matar o próprio pai... Ele simplesmente não conseguiria carregar.
— Não fez? — Ademir murmurou, a voz carregada de desprezo. — Se não fosse pelas suas boas ações, o vovô estaria ali dentro agora?
— Eu...
— E o que isso tem a ver com a gente? — Vendo Arthur sem conseguir dizer uma só palavra, Mônica não pôde mais se conter. — Desde o começo, fomos sinceros nas conversas e nas tentativas de negociação. Não foram vocês que nos feriram primeiro?
Ademir ficou paralisado, e o olhar afiado como lâmina recaiu sobre Mônica.
Se matar não fosse crime, ela já estaria a caminho do inferno.
Aquela hostilidade no fundo dos olhos dele era tão intensa que nem precisou de palavras pa