— Ademir. — Ao passar por ele, Daniel tentou puxar conversa.
Ademir mantinha a cabeça baixa, com as mãos enfiadas nos bolsos, e perguntou:
— Tem algum problema?
Numa hora como essa, não era ele quem deveria estar ajudando?
— Você venceu. — Daniel disse com um sorriso. — Embora eu já imaginasse... Você nunca foi alguém fácil de derrotar.
— Está tentando me parabenizar?
Aquilo era tão ridículo que Ademir não conseguiu conter o riso.
— Pois bem, obrigado. — Enquanto falava, Ademir se curvou e apoiou as mãos nas alças da cadeira de rodas de Daniel. — Foi esse o plano que demorou tanto para tramar? É tudo o que você consegue fazer?
Terminando a frase, soltou a cadeira e se virou, indo embora.
...
Na sala de descanso, Otávio dormia mal.
Parecia estar dormindo... Mas, ao mesmo tempo, parecia acordado.
De repente, abriu os olhos, como se tivesse pressentido algo:
— Rui?
— Vovô?
A porta se abriu. Ademir entrou primeiro, seguido por Rui.
Ademir se aproximou da cama e ajudou Otávio a se sentar:
—