— Ademir, eu não posso mais fazer isso. Túlio acordou, ele precisa de mim. Ele está assim por minha causa, eu não posso o abandonar.
— E eu? — Ademir sentia que estava prestes a enlouquecer. — Ele precisa de você, e eu não preciso? É porque ele ficou deitado por três anos e eu só por três dias?
— Não, não é isso...
— Então o que é? — Ademir sentia dor de cabeça e dor no coração. — Nós já nos reconciliamos, estávamos bem. Por que você quer me abandonar? Karina, você é uma mentirosa!
Ele de repente a soltou e se levantou, usando a perna esquerda, que ainda não estava totalmente recuperada, ele cambaleou e quase caiu.
— Ademir! — Karina, preocupada, tentou o segurar.
— Não precisa! — Ele se esquivou.
Ademir se firmou, abaixou a cabeça e olhou para ela:
— Se você não pode cuidar de mim para sempre, então não cuide de mim! Não me dê nenhuma esperança!
Após dizer isso, Ademir se virou e saiu.
— Ademir...
Karina estendeu a mão, tentando o segurar, mas sua mão ficou suspensa no ar, sem tocar n