— Entre.
Patrícia estava com a boca cheia de comida e nem levantou a cabeça.
— A porta não está fechada.
Normalmente, ninguém mais entrava na sala de descanso. Ela pensou que fosse algum colega.
No entanto, o silêncio estava estranho. Patrícia levantou os olhos e viu Simão, que ela não via há muito tempo, parado na sua frente, visivelmente nervoso, com alguns sacos nas mãos.
— Patrícia.
Patrícia colocou a comida de lado e olhou para ele com uma expressão de quem não sabia o que dizer.
— O que você está fazendo aqui?
Não era difícil entender. Desde que Patrícia começou a trabalhar como médica, Simão sempre vinha procurá-la. Eles eram bons amigos, por isso seus colegas nunca o impediam de entrar.
— Patrícia. — Simão estava um pouco nervoso. Ele estendeu os sacos na direção dela. — Eu fui para o exterior outro dia, trouxe umas coisas para você.
Simão apontou para os sacos:
— Esses são os cosméticos que você usa, e esse é a bolsa que você queria comprar da última vez. Não tinha no estoque