A luz da manhã entrava suave pelas frestas da cortina, tingindo o quarto com tons dourados e melancólicos. Helen despertou lentamente, como se seu corpo relutasse em abandonar o refúgio silencioso dos sonhos, porque lá, ao menos, o amor de Ethan era inteiro, e seu.
Mas a realidade não oferecia conforto.
Abrir os olhos significava lembrar. E, às vezes, recordar do que não se tem é mais cruel do que qualquer pesadelo.
Lembrava-se da presença constante de Ethan naquela casa, mas também da ausência gritante que havia entre eles. Lembrava do toque educado, da distância disfarçada de convivência, dos olhares que não se encontravam.
Ela era sua esposa…Mas era como se fosse invisível.
Casada, sim, porém sozinha.
Com o coração encolhido, abriu os olhos devagar, deixando que a claridade revelasse o cenário ao redor. Levou alguns segundos para perceber o que havia de diferente: estava em sua cama, mas não se lembrava de ter ido até ali.
A última coisa que recordava era o sofá. Estava ali na noi