A manhã chegou preguiçosa na casa dos Carter. O sol mal havia escalado os telhados de Boston e já espiava pelas cortinas da cozinha, lançando faixas douradas sobre o balcão, como se quisesse iluminar um palco prestes a ser ocupado por mais um episódio da sitcom familiar que era aquela casa. O cheiro de café fresco, misturado com pão torrando e uma leve suspeita de drama matinal, pairava no ar.
April foi a primeira a descer, com o andar lento de quem ainda estava em fase de buffering. O cabelo preso num coque improvisado, vestia uma camiseta velha da mãe com uma estampa de banda dos anos 90 e um short que gritava: “Hoje é dia de sobrevivência, não de glamour”. Os pés descalços tocaram o chão frio da cozinha e, s&oac