Hanna Ortiz, uma moça livre agora se via presa a uma promessa que fez a sua mãe ainda no leito de morte, se casar com alguém que ela mal conhecia para cumprir um acordo que nem mesmo ela entendia. Parecia que estava tudo certo, até seu noivo fugir e o pai dele ter que tomar seu lugar. Mesmo que quisesse desistir, muita coisa estava em jogo e havia alguém a quem ela amava muito e precisava salvar. Hanna não via outra opção senão aceitar o acordo de casamento com Morgan até que seu verdadeiro noivo, David, voltasse. Apesar de Hanna ser jovem, sua idade não era atrativa o suficiente para Morgan que tinha em suas costas uma promessa que o impedia de se casar, além do fato dele e toda a sua família saberem que a família de Hanna sofria de uma doença rara e destrutiva que poderia até deformar o portador, nenhum deles suportava a ideia de conviver com Hanna, antes mesmo de a conhecer ja a repudiavam pela sua aparência. Ao descobrir que Morgan tinha repulsa por ela, Hanna apenas intensificou sua raiva e afastamento, fazendo-o pensar que ela, assim como seus parentes passados, também tinha herdado a tal doença, tornando-se uma noiva desfigurada. Agora, ela não é nada além de uma esposa rejeitada pelo marido, que a vê como uma aberração e uma mulher ambiciosa que faz de tudo por dinheiro. No entanto, Hanna tem anseios bem maiores que dinheiro.
Ler maisCap.39: O que vem pela frente?Lory foi a primeira a aparecer no corredor após o estardalhaço, já trazendo o café de Hanna. Em seguida...— Hanna... digo... Danica! — corrigiu-se Lory, mordendo os lábios apreensiva. — O que aconteceu? — perguntou ao mesmo tempo que Hanna tentava ajudar Maya.— Não sei, eu acabei de acordar... Tudo aconteceu tão rápido... — suspirou Hanna, ainda assimilando a situação.— Não se aproxime de mim, sua hipócrita, mãe... Isso dói muito! — lamentou Maya, ao mesmo tempo que Liara já vinha a passos largos pelo corredor.— O que você fez? — Liara avançou contra Hanna, empurrando-a para longe de Maya.— Mas eu não fiz nada... Na verdade, nem sei o que está acontecendo... — murmurou Hanna, confusa.— O que aconteceu? — Liara perguntou a Maya ao ver seus braços marcados pelo café quente.— Foi ela! — gritou Maya, acusando Hanna. — Ontem a gente teve um desentendimento, ela me entendeu mal e por isso hoje eu pensei em pedir desculpas, mas ela apenas jogou a bandeja
Cap.38 perseguição da filha.— Ola, Danica... — murmurou Maya com a face retorcida em desdém ao analisar Hanna. Esta, por sua vez, impôs uma postura inabalável, demonstrando não estar nem um pouco intimidada, mesmo com o quadril dolorido. Com passos lentos e firmes, caminhou até a cômoda, onde se apoiou com leveza.— O que faz aqui? — perguntou Maya com tom ríspido.— A pergunta deveria ser sua, não minha. — respondeu Hanna secamente. — Na verdade, você não é bem-vinda aqui. E, quanto ao que viu esta manhã... — fez uma pausa dramática, seus olhos cintilando com ironia — era apenas um mal-entendido.— Ah, é? — Hanna suspirou, um sorriso de canto se formando em seus lábios. E qual seria esse mal-entendido?— Como sabe, Morgan e eu... — Maya iniciou, mas foi bruscamente interrompida.— Morgan e você não são nada! — asseverou Hanna, encarando-a com firmeza. Maya ergueu as sobrancelhas, surpresa com a segurança da jovem.— Como se atreve? Você acha mesmo que tem o direito de falar nessa ca
Cap.37: Uma esperança para o irmão de Hanna.— Há uma chance, supostamente, mas não posso dar certeza absoluta, pois isso depende muito do paciente. — O médico hesitou em continuar. — Em muitos casos, após a recuperação, as pessoas ainda permanecem em coma por um tempo. Em outras situações... — Ele respirou fundo antes de prosseguir. — Existe um problema.— É sério? — perguntou Morgan, apreensivo.— Sim, e você precisa estar preparado para assumir esse risco agora que já estamos fazendo os testes. — O médico explicou. — Em um momento do tratamento, devido a um efeito colateral, o paciente apresentará um problema que causará uma piora significativa em seu estado.— Então pare o tratamento! — exclamou Morgan.— Não é tão simples. — O médico o acalmou. — Essa piora, na verdade, é um bom sinal, já que é o remédio tratando as células doentes e supostas células já contaminadas. O problema que se manifestar será combatido pelo remédio, e o paciente poderá nunca mais ter que se preocupar com
Cap.36: você de novo, doutor?Hanna mal podia se mexer, presa na posição que Morgan a colocara atravessada na cama, os pés pendurados no chão. Um sentimento inominável a dominava enquanto ela revia a cena em sua mente, os braços dele ainda a envolvendo, o breve contato de seus corpos. Tudo era tão inusitado, e tudo o que ela podia fazer era fitar o teto.Morgan entrou no quarto novamente, notando o olhar perdido de Hanna. Ela quase não o percebeu.— Continua constrangida? — perguntou ele com calma, tirando-a de seus devaneios. Ela o encarou sem dizer nada. — Não pense demais sobre isso. O doutor Julius chegará logo.— Não estou pensando demais... — resmungou ela, apertando os olhos. — Talvez você esteja, já que não para de falar.— Talvez eu esteja... — suspirou ela com indiferença, o olhar ainda perdido. Hanna a observava, confusa.O doutor chegou em menos de meia hora, examinou Hanna e pediu que ela ficasse deitada após alguns testes.— Apenas espere o remédio fazer efeito e a leve
Cap.35: seu corpo sobre o meu.— Eu estou bem, não precisa chamar o médico. — avisou ela em seguida, se recompondo e pronta para se levantar.— Você não está bem, fique aí e espere enquanto eu ligo para o médico. — avisou ele se levantando, dando passos à frente e pegando o celular para iniciar a ligação.— Não! — Hanna protestou se levantando rapidamente e indo em sua direção. Ela parou em sua frente tentando tomar o telefone, mas como esperado, suas pernas fraquejaram e ela cambaleou, fazendo Morgan também recuar e cair sobre a cama com ela por cima de seu corpo.Os olhos de Hanna se encontraram com os dele com espanto enquanto ele permanecia calmo. Ao mesmo tempo, o doutor havia atendido a ligação."Daqui a pouco eu te ligo. — avisou ele com tranquilidade ao médico, sem desviar seus olhos do de Hanna. "O que está fazendo?" — perguntou franzindo o cenho.— Eu... eu desequilibrei... desculpa... — ela balbuciou, petrificada em cima do corpo de Morgan, que se apoiava na cama com os co
Cap. 34: Me deixe cuidar de suas feridas.Morgan esbaforiu com desconforto, em seguida fixando seu olhar em Hanna. Ainda assim, de forma inexpressiva, a fazendo engolir em seco.— Por que pergunta tanto sobre aquela mulher? — perguntou ele com frieza.— Bom... ela tem a mesma idade que eu, e não tem ninguém no mundo, acredito que também tenha tido uma vida bem difícil. — suspirou ela enquanto Morgan se acomodava na cadeira, cruzando os braços.— Não acredito nisso. — retrucou ele com desdém. — A mãe da senhora Ortiz trabalhava na minha mansão, ela ganhava bem e tinha todos os privilégios. E quando esteve doente, eu mesmo cuidava das despesas e ela tinha mais dinheiro que um empregado comum. Deveria ter uma boa economia.— Mas nunca entendi o porquê ela queria tanto dinheiro. — ponderou Hanna, pensativa. — Pensava que seria por causa do filho dela, mas soube que ele havia falecido. E quando conheci aquela menina e seu caráter, percebi que o dinheiro talvez fosse para a mimá-la, porque
Cap.33: Doceria Malia.— Fico surpreso que tenha crescido bem, mesmo com a infância que teve. — comentou Morgan, quebrando o silêncio incômodo que se instalava no carro.— Bom... não tive uma infância ruim, senhor Morgan, — respondeu Hanna, com um sorriso gentil no rosto. Tinha alguém que me amava e só isso importava. Mas se quer saber por que estou na sua casa, porque entrei escondido? — perguntou ela, seus olhos se enchendo de um brilho de determinação. — Eu não tenho dinheiro, história e nem para onde ir! Mas você tem todo direito de me mandar ir.Morgan a observou em silêncio, intrigado por sua franqueza e resiliência.— Você não parece infeliz com isso. — comentou ele, com um tom de surpresa.— Senhor Morgan, — disse Hanna, com convicção em sua voz. — Apesar das coisas ruins, eu não quero deixar de ser feliz. Se ainda houve um ponto de luz, eu vou correr atrás dele e lutar por ele até que seja o fim. Não quero que as coisas ruins na minha vida afetem minha felicidade. — Ela fez u
Cap.32: Morgan e suas suspeitas.— Você está bem, senhorita Danica? Parece indisposta. — comentou Morgan, analisando-a com preocupação.— Sim, estou muito mal... — antes que Hanna conseguisse completar a frase, Lory a empurrou para fora com força, desequilibrando-a. Hanna se apoiou em Morgan, que a segurou em seus braços ela sentiu a mão dele pairar em sua cintura em seguida se afastando. Ambos ouviram a porta bater com força e Lory desaparecer.— Bom... — balbuciou Morgan enquanto Hanna pulava para trás, se afastando. — O que quer que voce fosse dizer, sua tia claramente desaprovava. — comentou ele enquanto a mesma sorria desconcertada.— Então vamos, — continuou Morgan. — O primeiro lugar que pensei em te levar seria para tomar café da manhã. Se sinta privilegiada, faz anos que não levo ninguém naquele lugar.— Então deve ser um lugar bastante especial. — comentou Hanna com esperança.— Sim, de fato.— E você acha que é adequado me levar?— Você está se encaixando perfeitamente ness
Hanna observava com ansiedade, percebendo os movimentos lentos de Maya na intenção de encostar seus lábios no que Morgan que não reagia. Hanna olhou ao redor como se procurasse algo, até encontrar uma pantufa.— Tem uma coisa que você não sabe sobre mim, William Morgan traidor! Eu tenho uma pontaria que nunca erra! — asseverou para si mesma apontando na direção de Maya, lançando a pantufa com força fazendo acertar a cabeça de Maya com força.— Ai... — protestou Maya sentindo a dor enquanto Morgan a ajudava a se levantar, procurando de onde veio a pantufa. Mas Hanna já tinha se escondido atrás das cortinas, mas ele sabia que tinha vindo daquele lugar, da sacada onde Hanna esteve.— Você está bem? — perguntou Morgan, analisando a testa dela com uma marca vermelha na lateral.— Dói muito,