POV Niyati
Depois que Ananya partiu, um silêncio pesado ficou pairando no ar da casa. Era como se tivéssemos perdido o coração que mantinha tudo batendo no ritmo certo. Cada um sentiu o vazio à sua maneira, e às vezes parecia que, naquele silêncio, ela sussurrava pra gente continuar.
Mamãe mudou de um jeito que só quem ama sabe entender. Ela ficou mais quieta, mas não triste no sentido comum. Era um silêncio de respeito, de reverência. Um silêncio que parecia guardar todas as histórias que ouviu da amiga que a salvou, de todas as lições que recebeu. Rafael esteve ao lado dela o tempo todo, às vezes segurando as mãos dela sem precisar dizer nada. Eles tinham uma cumplicidade que eu admirava profundamente.
Lembro de uma noite, quando estávamos só nós três na sala, eu, mamãe e Rafael. Mamãe segurava uma foto antiga da Ananya, sorrindo, com aquele sorriso sábio que iluminava o rosto.
Ela suspirou e disse baixinho:
— Ela sempre dizia que a vida é como uma árvore. A gente planta as raízes,