- Não fale, o médico disse que há tratamento.
A voz de Francisca estava rouca, as lágrimas escorrendo sem controle pelos cantos dos olhos.
- Sim.
Helena forçou um sorriso, levantou a mão para tentar enxugar suas lágrimas, mas não conseguiu. Francisca sentiu seu gesto e segurou sua mão, colocando-a em seu próprio rosto.
- Helena...
- Querida... não chore.
Francisca estava com os olhos vermelhos:
- Eu não vou chorar, você ficará bem.
Helena estava claramente se esforçando para ver Francisca, olhando para a neve branca do lado de fora da janela:
- Francisca... é Ano Novo...
Faltava uma semana para o Ano Novo. Francisca assentiu:
- Sim, é Ano Novo.
- Vamos para casa, não quero ficar... aqui.
- Certo, vamos para casa.
Francisca estendeu a mão e a abraçou.
Helena estava tão magra, quase só ossos, mas Francisca, mesmo sem muita força, conseguiu facilmente segurá-la. Ela segurou Helena, caminhando pelo corredor longo, falando ao mesmo tempo, com medo de que Helena partisse repentinamente.
- V