Até muito tempo depois, Mariane ainda se lembrava da cena dessa noite.
O homem estava vestindo uma camisa simples e calça, sentado nos dois degraus na frente da casa antiga, apoiando-se para trás com uma mão, brincando com o gato de forma descontraída.
O gato se esfregava em sua palma, então ele levantou a mão, acariciando a cabeça do gato.
Aquele belo rosto, pela primeira vez, deixou de ser distante e inacessível, mostrando um toque de humanidade.
Ela não pôde deixar de perguntar:
- Você não vai comer?
- Estou satisfeito.
- Então por que você me pediu para fritar?
Ele percebeu o ressentimento em suas palavras, levantou o canto da boca e olhou para ela de propósito, respondendo:
- Não suporto te ver ociosa.
Mariane ficou com cara de tacho. Que tipo de gente descarada era essa?
De repente, um miado suave soou.
Mariane esticou o pescoço e viu um pequeno gatinho ansioso no canto da escada.
- É o filhote de Cascudo, não é? - Ela perguntou a Vinicius.
Vinicius também era volúvel, não deu ma