O pequeno quintal da casa do avô de Mariane era bem visível na rua estreita. As violetas que cresceram no topo do muro e os galhos da amoreira que vazavam para fora do jardim faziam com que aquele quintal se destacasse dos demais.
De longe, Mariane já sentiu o cheiro.
Ela chegou com cuidado na porta do quintal e abriu a fechadura.
Ao abrir a porta, porém, o cheiro não era tão agradável quanto parecia de longe. Havia um odor de frutas podres no ar.
Mariane acendeu as luzes do quintal e percebeu que estavam quebradas. Elas estavam perfeitamente funcionais da última vez que ela esteve aqui.
Vinicius estava atrás dela e percebeu imediatamente a situação embaraçosa dela. Ele provocou de propósito:
- Por que você não entra?
“Entrar o caramba!”
O chão estava coberto de amoras, todas apodrecidas.
Mariane se virou para olhar para ele e disse:
- As luzes estão quebradas, tenho medo do escuro.
Vinicius percebeu instantaneamente o tom manhoso extremamente falso e forçado em sua voz, então pergunt