As portas do elevador deslizaram para os lados. Lúcia correu em direção à entrada da sala de cirurgia. Sílvio estava deitado na maca, coberto de sangue. O vermelho intenso já havia desfigurado seu rosto, tornando-o irreconhecível, um retrato de desamparo e miséria.
Ao ver a silhueta de Lúcia, ele curvou os lábios num sorriso fraco. Poder vê-la pela última vez era o suficiente; ele já podia morrer em paz. Mas, ao notar Basílio logo atrás dela, uma sombra de decepção passou por seus olhos. O sorriso que antes carregava se desfez.
— Vocês já se casaram? — Perguntou Sílvio com a voz rouca.
Ele sabia que não deveria fazer aquela pergunta. Sabia que a resposta o machucaria ainda mais. Mas não conseguiu se conter; precisava saber.
O rosto de Basílio endureceu visivelmente.
Lúcia lançou um olhar rápido para as pessoas ao redor e fixou os olhos em Bruno, que usava um jaleco branco.
— Levem-no para a cirurgia. — Ordenou Lúcia.
Sílvio foi levado para dentro da sala de operações sem resistir desta