Basílio sorriu de forma leve e elegante. Após uma breve pausa, escolheu cuidadosamente as palavras antes de falar:
— É claro que eu não sou completamente altruísta. Também tenho um pedido a fazer.
— Que pedido? — Perguntou Lúcia.
Basílio pegou o copo à sua frente, tomou um gole de água com a mesma graça de sempre e só então continuou:
— Quero que a Srta. Lúcia seja justa comigo. Que me dê a chance de cuidar de você. Se eu tentar e falhar, eu aceito minha derrota. Mas não ter sequer a oportunidade de tentar... isso seria cruel demais. Por favor, me permita competir em pé de igualdade com Sílvio. Não favoreça tanto ele.
A chuva fina caía do lado de fora do restaurante japonês, molhando o asfalto e deixando o chão escorregadio. Sob a sombra das árvores, um carro preto estava estacionado. O limpador de para-brisa trabalhava de forma intermitente, uma vez sim, outra não.
Sílvio estava recostado no banco, observando através da janela aberta, com o vidro completamente abaixado. Do outro lado