Sílvio lavava o sangue que escorria debaixo do nariz, mas, dessa vez, parecia impossível estancar. O fluxo era forte e insistente, e ele começou a se sentir tonto, como se a cabeça girasse. De repente, veio à mente a imagem de Lúcia cuspindo sangue na frente dele tantas vezes. Aquilo fez seus pensamentos ficarem ainda mais confusos.
Pegou o celular e mandou uma mensagem ao vice-diretor do Hospital Serra Encantada, pedindo que fosse até Cidade A para ajudá-lo com um diagnóstico. Por enquanto, ele o colocaria para trabalhar no hospital que administrava.
Depois disso, Sílvio secou o cabelo, vestiu um roupão e, ainda descalço, saiu do banheiro.
Sentou-se no sofá da sala, pegou um cigarro sobre a mesa de centro e o acendeu. O aroma familiar da fumaça logo tomou conta do ambiente, misturando-se ao silêncio pesado da noite.
Enquanto isso, na mansão da família Araújo, Lúcia se sentia tão abatida que parecia carregar o peso do mundo nos ombros. Com uma rosa seca nas mãos, ela arrancava as pétal