O toque do celular ecoava ao lado de Lúcia, uma vibração insistente que parecia aumentar o peso no seu peito. Seu coração batia como se estivesse preso sob uma rocha enorme. Um segundo, dois segundos, três segundos... e nada de atender. Ela apertava o aparelho com força, os dedos ficando brancos.
“Sílvio... o que você está fazendo?” pensou Lúcia, a ansiedade tomando conta. Hoje em dia, ninguém desgruda do celular. Se ele não viu a ligação, seria difícil de acreditar.
Lúcia tentou se acalmar, repetindo para si mesma: “Não vá pensar o pior, Lúcia. Ele pode estar ocupado. Talvez o celular esteja no silencioso. Quem sabe ele está no banho, e o celular ficou carregando no quarto...”
Mas, lá no fundo, evitava encarar o pensamento mais cruel: “Ele viu... e simplesmente não quer atender.”
Naquele exato momento, Sílvio estava sentado no sofá, tragando lentamente um cigarro enquanto segurava o celular em mãos. Na tela, o nome "Lúcia" piscava insistentemente.
Ela estava ligando para ele. Ele quer