Até o momento em que chegaram ao carro de Basílio, ele foi rápido em abrir a porta traseira para Lúcia.
— Quero sentar no banco da frente. — Disse Lúcia.
Basílio ficou surpreso por um instante, mas logo entendeu. Ela estava tentando provocar uma reação de Sílvio. Com elegância, ele fechou a porta traseira e abriu a do passageiro para ela. A neve continuava a cair silenciosamente.
Lúcia respirou fundo e ficou ali por alguns minutos, esperando. Mas ninguém apareceu. Sílvio não saiu correndo para detê-la. Ao seu redor, tudo o que ouvia era o som suave do vento brincando com os flocos de neve.
Ela havia perdido a aposta. Seus olhos começaram a arder, e ela sentiu uma tristeza profunda. Virou-se para trás, olhando novamente ao redor. Ela sentia, com toda a certeza, que Sílvio estava por perto. Só não conseguia identificar exatamente onde.
Lúcia teve a impressão de estar sendo observada, como se um olhar quente e intenso estivesse fixo nela. Virou-se mais uma vez. A rua deserta se estendia