Aparentemente, abster-se com frequência não era uma boa ideia. Sílvio era tão jovem, sempre teve uma saúde de ferro. Não fazia sentido que fosse algo físico.
— Sílvio, por que você ainda não saiu? — Lúcia bateu na porta do banheiro.
Sílvio virou a cabeça e viu, no reflexo do vidro da porta, a silhueta graciosa da Lúcia.
— Estou falando com você, Sílvio. — O tom dela ficou mais ansioso.
Era tanto cuidado que ele até teve a impressão de que a antiga Lúcia, aquela de quando começaram a namorar na faculdade, tinha voltado. Naquela época, ela fazia de tudo para encontrá-lo “por acaso” e puxar assunto.
Sílvio desligou a torneira e tirou o papel higiênico do nariz. O sangue tinha manchado tudo. Ele jogou o papel no vaso sanitário e deu descarga:
— Já estou saindo.
Depois de se certificar de que o sangue tinha parado de escorrer, ele abriu a porta.
— Como você demorou tanto só para usar o banheiro? Achei que tivesse acontecido alguma coisa. — Lúcia correu para segurá-lo, pegando o supo