Lúcia sentiu a barra de sua roupa ser levantada repentinamente pelo vento.
Ela olhou para Sílvio. Ele ainda era o homem bonito que conheceu, só que agora sem a inocência de antes, mais maduro.
Quem diria que ela morreria ao lado do homem que tantas vezes desejou sua morte?
O vento da montanha soprava forte, e a sensação de sufocamento aumentava a cada segundo.
De repente, Lúcia lembrou-se do dia em que, na faculdade, como presidente do grêmio estudantil, estava encarregada de receber os calouros. Sua amiga Giovana a havia levado, no meio de uma multidão de estudantes, até Sílvio.
Ela ergueu os olhos e o viu vestindo uma jaqueta jeans desbotada, fina demais para o inverno rigoroso daquele dia. Estava nevando, e Lúcia, mesmo usando um casaco grosso, sentia frio. Mas ele, com aquela roupa leve, parecia não se importar.
O olhar que trocaram não foi amistoso. Ele franziu a testa, sem demonstrar o menor interesse em agradá-la. Era a primeira vez que Lúcia via um homem agir assim com ela, e i