Lúcia mordia os lábios, seus ombros tremiam enquanto ela se esforçava para não deixar o choro escapar. Tinha medo de que seus pais ouvissem e ficassem preocupados.
Uma pessoa triste já era o suficiente, não havia necessidade de arrastar os outros para o sofrimento.
De repente, sentiu uma dor aguda no fígado, como se inúmeras serpentes venenosas o estivessem dilacerando.
O gosto de sangue já chegava à sua garganta, mas ela engoliu de volta, segurando-se.
Com muito esforço, rastejou até onde guardava o remédio para dor, sentindo dores por todo o corpo, tão intensas que sequer conseguia se levantar.
Naquele momento, se seu marido estivesse ao seu lado, como isso seria bom.
Mas não havia "se". Mesmo que ele estivesse, tudo o que faria seria observar com frieza e zombar dela.
Ele sabia muito bem que ela estava doente.
Lúcia caiu da cama, batendo a testa e ficando tonta com o impacto.
Ela conseguiu pegar a bolsa e, com os dedos tremendo descontroladamente, abriu o frasco de remédios. Desespe