Ana aguardou a porta se abrir, o coração batendo forte no peito enquanto o silêncio do subsolo parecia amplificar o som de sua respiração. Depois de alguns segundos, ouviu um leve ranger da maçaneta. A porta se abriu lentamente, revelando Márcia, envolta por sombras que a faziam parecer ainda mais enigmática. Os olhos de Márcia brilhavam intensamente, refletindo uma mistura de urgência e dor.
— O que aconteceu, Márcia? — Ana perguntou, sua voz baixa e tensa, enquanto tentava decifrar o motivo de ter sido chamada ali no meio da madrugada.
Márcia fez um gesto com a mão, indicando para que Ana entrasse.
— Entre, feche a porta e sente-se — a voz dela, fria e calculada, dava a sensação de que algo muito grave estava prestes a ser revelado.
Ana hesitou por um momento, mas a curiosidade e o sentimento de desconfiança a impulsionaram. Ela entrou na sala pequena e desordenada, cheia de caixas de arquivos antigos. Havia apenas uma cadeira de metal, na qual Ana se sentou devagar. Márcia, em pé,