Aisha N XIII
O som da cachoeira chega antes mesmo que possamos avistá-la. Ele ressoa entre as árvores, constante, forte, como um coração batendo no centro da floresta. Sigo Lyra e Nyra por uma trilha de pedras úmidas e raízes entrelaçadas, o bastão nas costas, as mãos já suadas, mas não pelo calor, e sim pela antecipação.
Quando emergimos da mata, o cenário tira meu fôlego. Uma queda-d’água de vários metros desaba sobre um lago límpido e arredondado, rodeado por rochas e árvores altas. Há uma paz estranha naquele lugar, e ao mesmo tempo, ele impõe respeito. Para mim aquele é um campo de prova.
— Esse lugar é perfeito — diz Lyra, empolgada, tirando as botas e caminhando até a beirada. — Tem pedra, tem água, tem árvores. E dá medo. — Ela lança um olhar maroto para mim. — Principalmente nos inesperientes.
Nyra já está prendendo os cabelos e apontando para uma figueira alta, com galhos grossos e estáveis.
— Primeiro desafio: subir até o terceiro galho daquela árvore e descer sem se machu