O sonho de adolescente de ter a família perfeita desmorona ao descobrir que tudo que sempre imaginou era uma ilusão. Então, aos 15 anos, Beto adota a família de Rodrigo, seu melhor amigo como sua própria. Teve seu pai como grande companheiro e amigo, estando todo o tempo ao seu lado, decide seguir os passos dele ao entrar na faculdade, e nessa nova etapa adora um mantra... "Pegar, mas nunca se apegar"... Tudo estava indo bem, até que uma aposta entre amigos, o leva ao encontro de uma bela garota, que faz com que um velho desejo venha à tona, fazendo com que ele perceba que o sonho daquele adolescente, esmagado pela decepção da pessoa que mais deveria amá-lo, sempre esteve ali, esperando somente conhecer alguém especial para se tornar real. Ágata, vai para a cidade grande atrás da realização de um grande sonho, montar seu próprio negócio, um projeto que ficou em segundo plano quando uma tragédia a tirou o que tinha de mais importante: sua família. Tudo ia bem até conhecer um homem que faz com que seu coração bata mais forte pela primeira vez, somente um encontro e ele não sai mais dos seus pensamentos. Um dia, quando o que ela menos imagina acontece, sua vida gira 180 graus e ela se vê diante do homem que tem tirado sua paz e descobre que depois daquele olhar perfeito nada será como antes.
Leer másBeto
— Você não pode me abandonar agora, eu estou grávida!!!
— Grávida de um filho que não é meu!
— Idiota. — A porta bateu fazendo com que as paredes tremessem. Me vi sozinho e, só então, entendi que minha família havia acabado.
Sento-me na cama, minhas mãos tremem e o suor deixa um rastro em meu rosto, faz tempo que não lembro desse dia.
Durante boa parte da minha adolescência, esse episódio fez com que eu mudasse totalmente a maneira de pensar e passasse a desconfiar de qualquer mulher que tentasse se aproximar, com exceção de Luana, que acabei confundindo sentimentos, porém não passava de carência e hoje estou feliz por vê-la em um relacionamento com meu amigo, Rodrigo.
Meus pais se separaram, porque quando meu pai mais precisou de apoio, minha mãe, achou mais prático pular no colo daquele que era o melhor amigo do meu pai e acabou engravidando.
Não comento com ninguém, porém essa atitude da minha mãe mexe comigo até hoje, tanto que, mesmo sem ter culpa do que aconteceu, não consigo me relacionar com minha irmã e evito encontrar com minha mãe.
Verifico as horas e descubro que falta pouco tempo para que eu pague o maior mico da vida diante de todo o time de futebol: animar uma festa infantil. Sorrio ao lembrar do que aconteceu naquele dia.
“— Beto, como vão indo às conquistas? — JC, um professor de educação física e dono da academia que frequentamos questiona.
— Tranquilo. Nada em vista... por enquanto. — Dou uma piscada para que eles entendam que não sairei daqui sozinho.
— Você precisa se aquietar amigo, até quando vai ficar pulando de galho em galho desse jeito. — Ademir leva o copo de chopp na boca, me olha de maneira estranha e solta uma risada cínica. — Já que você está tranquilo hoje, que tal uma aposta? — Coloca o copo na mesa olhando ao redor. — Ali... tá vendo aquelas duas mulheres, as loiras que estão naquela mesa? — Olho na mesma direção que ele e abro um sorriso, realmente elas são muito gatas. — Então, não sei se você sabe, mas sábado é aniversário da filha do Vitor e sou o encarregado de entreter as crianças, essa foi à tarefa dada aos padrinhos, ia contratar alguns palhaços, mágicos, mas já que estamos aqui você pode quebrar esse galho para o amigão aqui... — Coloco os cotovelos sobre a mesa e volto a encarar Ademir estreitando os olhos, creio que ele vai aprontar, mas a vontade de vê-lo quebrar a cara é maior. — Se você conseguir dar um beijo em uma delas, eu vou vestido de cowboy para festa, mas se você não conseguir convencê-las... você vai no meu lugar e fará uma pequena apresentação para as crianças. Topa? Sei que com toda sua experiência será fácil... — Viro minha cabeça para o local onde as mulheres bebem sorridentes e olho novamente para Ademir abrindo um sorriso.
— Fechado, Ademir, vai preparando a roupa xadrez, meu caro colega! — Pego meu copo e vou em direção a elas que agora cochicham entre elas.
Passo no bar e peço para entregarem na mesa delas mais do mesmo drink, troco meu copo de chopp e caminho confiante até elas.
É hoje que vou me dar bem!
Me apresento e engatamos uma conversa animada, até que resolvo dar a tacada final.
— O que acham de irmos a um local mais reservado. — Levo meu copo aos lábios lentamente dando uma piscadinha.
— Olha, Beto, é uma boa ideia — uma delas diz abrindo um sorriso — principalmente, se você for voyeur, porque da fruta que você gosta, a gente come até o caroço, não é meu amor.
Elas se beijam como se não houvesse amanhã, fazendo meu queixo cair no mesmo momento, pego meu copo e saio sem me despedir, enquanto elas ainda se beijam fervorosamente.
Olho em direção à mesa dos meus amigos e Ademir está chorando de tanto rir.
Pelo jeito, me dei mal nessa aposta.”
Tenho que me lembrar de nunca mais apostar nada com o time, a experiência de hoje já vale para uma vida inteira e tenho certeza que eles sabiam que aquelas duas gostosas eram um casal, por isso sugeriram a aposta e eu caí feito patinho na armação deles.
Como sei que não vou conseguir voltar a dormir, resolvo tomar um banho e assistir a algum filme na TV, a festa que irei com os caras é no final da tarde e preciso me preparar psicologicamente para o mico que vou pagar.
A tarde passa rápido e quando me dou conta estou vestindo uma camisa xadrez e me preparando para a fatídica festa, espero não ter muitos conhecidos nessa festa. Não quero nem imaginar como irá ficar minha imagem de pegador depois desse mico.
Eu, animando festa infantil? Onde estava com a cabeça quando resolvi aceitar aquela proposta?
Vou acompanhado de Rodrigo, estamos em meu carro e ele não tira o sorriso bobo do rosto, com certeza está falando com a Luana. Chegando ao salão do condomínio onde Vitor mora, sou recebido pelo sacana do Ademir, que vem todo contente em minha direção.
— Olha! Nosso cowboy já chegou, venha, reservei uma mesa, para nós, próxima ao pequeno palco — Ademir não tira o sorriso do rosto, com certeza se divertindo do mico que vou pagar.
Sento-me e fico aguardando a hora do show, vejo uma garota organizando as crianças para alguma brincadeira, ela se mistura aos pequenos e, não fosse o uniforme, poderia ser facilmente confundida com todas aquelas crianças.
Ágata— Porra! Eu acho que não vou aguentar toda essa inauguração — diz Edu, com as mãos na barriga de tanto gargalhar, sendo acompanhado por Mel, que até agora tenta se controlar.— Relaxa, amor! — digo dando uma mordidinha em seu queixo. — Eles são apenas crianças e, como toda criança, ele ficou somente curioso com a nuvem.— Esse é o problema, loirinha — ele diz, ainda emburrado. — São curiosos, e Otto é homem e não é bobo, sei muito bem onde pode levar essa história de ver nuvem no quarto, hoje eles têm três anos, amanhã estarão com quinze e aí? Se não colocar respeito agora, depois fica difícil... — Ele me abraça forte, mas logo se vira para nossos amigos que estão abraçados ao nosso lado, admirando a fam&iac
ÁgataVou para o shopping com Gustavo, que veio somente para nos buscar. Ele trata Nina como se fosse neta dele, cheio de chamegos e fez questão de vir nos buscar e acompanhar até o local da recepção, já que meu marido está ocupado recepcionando os convidados.Assim que chego, vejo Beto próximo à entrada principal, o lugar está simplesmente fantástico, vários garçons circulam entre os convidados, meu marido me vê e abre um sorriso, faz sinal para que eu me aproxime do local onde ele conversa com Edu.Assim que Nina vê que Otto está com o pai, sai correndo em direção ao amigo. Eles sempre conversam via Skype, Mel e eu, principalmente depois da maternidade, nos aproximamos bastante.Ficamos alguns minutos conversando, até que percebo que Beto está incomodado com alguma coisa, e em v&aacu
ÁgataAlguns Anos depoisEstou com os olhos fechados, ouvindo a voz de Nina e Beto conversando animadamente ao meu lado. Mesmo estando acostumada a voar, sempre sinto um frio na barriga, é algo incontrolável. Nina, ao contrário de mim, fica eufórica quando sabe que vamos viajar.— Olha, papai! Me dá a nuvem de plesente? Eu quelo! — Dou um leve sorriso, tenho certeza que ela deve estar fazendo bico na tentativa de convencer o pai, essa menina tem o pai e os avós enrolados no dedo mindinho. Nunca vi uma criança ser tão minada quanto ela!— Não tem jeito filha, o papai não consegue pegar a nuvem, ela fica no céu e é muito longe! — ele diz tentando resolver o problema com ela.— Mas estamos peltinho dela, é só voc&
Beto— Então, vocês dois vão marcar o casamento para quando? — Rodrigo pergunta, olhando para mim e Ág.Já se passaram alguns dias de toda aquela confusão e estamos sentados na praça de alimentação do shopping, depois de tanta tensão, as mulheres resolveram tirar uma tarde para fazer compras e como não podíamos deixá-las sozinha, resolvemos acompanhá-las e acabamos virando carregador de sacolas, porque Alice veio junto e resolveu ajudar as amigas e em cada loja que entraram, nos entregavam algumas sacolas.— É mesmo, Beto, estou com vontade de comer bolo de casamento — Alice fala rindo.— Sabe que você me deu uma boa ideia, Lice! — resolvo provocá-la. — Que tal um casamento duplo? — Faz tempo que ela e Luca andam saindo e até agora nada de oficializar a rela&cc
BetoAbro os olhos devagar e percebo que não estou em casa, então, me recordo de tudo o que aconteceu nas últimas horas, fecho os olhos tentando, em vão, acordar. Como gostaria de estar sonhando, ou melhor tendo um pesadelo — não sei como vou conseguir ser forte, nunca imaginei me encontrar numa situação dessas.Olho ao meu lado e vejo meu amigo mexendo no celular, ele percebe que acordei e me olha sorrindo, não consigo entender esse cara, deve estar com algum problema! Acabei de perder uma das mulheres da minha vida e ele sorri? Que porra está acontecendo?— Achei que ia demorar mais para acordar? — ele diz se aproximando.— Que horas são?— Oito horas da manhã.— Onde está a Luana? Quero saber o que aconteceu na cirurgia. — Um nó se forma em minha garganta, não tem como adiar
ÁgataO carro do Beto está na garagem, mas ele não está em casa, o terno que usava pela manhã está dobrado em cima da cama. Imagino que ele deve ter chego mais cedo e saído aqui por perto mesmo, a pé mesmo.Tomo um banho gostoso, tentando ainda entender a confusão que tem sido este dia, nada deu certo e fico frustrada cada vez que isso acontece.Tomo um suco de laranja, para enganar a fome, quero jantar com meu noivinho e se comer algo agora, com certeza, não vou conseguir jantar.Resolvo descansar um pouco, mas decido ficar no sofá mesmo, meu cansaço é tão grande que acabo adormecendo.***Acordo assustada e percebo que já está muito tarde, está tudo silencioso. Será que ele não voltou ainda — penso começando a ficar preocupada. Vou até o nosso quarto e vejo que j&
Último capítulo