139. Foi por pouco
Eron
Merda. Merda. Merda.
O mundo explode em caos ao meu redor. A explosão ainda ecoa nos meus ouvidos, terra e pedras voando como chuva mortal. Um dos lobos uiva de dor, estilhaços cravados no flanco dele, sangue jorrando. O cheiro de pólvora queima o ar, misturado com o ferro metálico de sangue lupino. Meu lobo rosna alto, o corpo inteiro tremendo de fúria. Eu tô transformado, patas fincadas no chão, protegendo o SUV com o corpo maciço. Libby tá lá dentro, olhos arregalados pelo vidro blindado, mão na boca.
Outro tiro. Bala de prata risca o ar, cravando no pneu traseiro. O carro balança, mas não explode. Ainda.
"Libby! Fica abaixada!" eu uivo, voz gutural, mais rosnado que palavra.
Ela obedece, se jogando no banco, mas eu vejo o pânico nos olhos dela. Meu peito aperta como se as garras fossem no meu coração. Não. Ninguém toca nela. Ninguém.
Gabriel, ainda humano, se abaixa atrás de um carro, olhos âmbar brilhando.
"Alfa! São uns quinze! Atiradores nas árvores, lobos no chão!"
"Prote