I
A boca de fogo produz uma detonação; o projétil é disparado através da chuva pesada e enterra-se no meu ombro. O impacto fulminante espalha-se através do meu corpo em ondas, lança-me ao chão e me desperta.
Eu grito de dor.
Cubro o ferimento com a mão direita, e sinto o sangue se esgueirando entre os meus dedos. É tão gelado quanto a tempestade que desaba sobre os prédios sombrios.
Um raio fende o céu e revela-me a identidade do vulto outrora negro, de chapéu pontudo e revólver na mão.
É uma Caçadora.
— Não atire! — eu imploro.
Ergo a mão para ela. E, entre o meus soluços compulsivos, digo:
— Sou uma de vocês! Uma Caçadora! Eu…
O revólver dispara.
A bala perfura a minha mão, atinge o solo e ricocheteia para a escuridão.
A dor é insuportável e me faz soluçar ainda mais. Viro-me para