Capítulo 50
Maeve Jhosef
A cidade ainda estava acordada quando saí do carro, mas eu não. Dentro de mim, tudo parecia suspenso — como se algo tivesse quebrado, e eu tentasse colar os cacos com a ponta dos dedos.
Não fui para casa. Não quis olhar para aquele sofá onde dividimos risos depois de longas reuniões, nem para o lençol que ainda guardava os vestígios do amor que fizemos na manhã anterior. A dor pulsava muito perto da superfície e, pela primeira vez em muito tempo, minha alma clamava por colo.
Pelo colo da minha mãe.
— Maeve?
A voz dela soou surpresa quando abri a porta da antiga casa. Era tarde, eu sabia. Mas minha mãe sempre teve o sono leve — como se, mesmo dormindo, estivesse pronta para me acolher.
— Mãe... — murmurei, a garganta apertada.
Ela não perguntou nada. Apenas abriu os braços. E eu desabei.
Me aninhei contra seu peito, como fazia quando era criança, e chorei. Chorei sem explicar, sem justificar. E ela apenas me segurou, acariciando meus cabelos com aquela calma s