Sophie permaneceu por alguns minutos sentada na beira da cama, a camisola de cetim deslizando levemente sobre a pele. O tecido, tão macio quanto perigoso, lembrava-lhe que estava sendo observada o tempo inteiro, mesmo quando ninguém parecia olhar. O quarto, impecavelmente decorado, não passava de uma prisão disfarçada. Cada detalhe — a iluminação, o perfume no ar, a ordem quase cirúrgica da suíte — era um lembrete silencioso do controle absoluto que Leonardo exercia sobre ela.
O tablet na cabeceira piscava levemente, indicando mensagens e a opção de pedir a janta. Sophie suspirou, hesitando antes de tocar a tela. Cada ação parecia monitorada, cada gesto, avaliado. Ela sabia que Leonardo não confiava nela, e que a menor distração poderia ser interpretada como uma tentativa de desafio.
Enquanto navegava nas opções do tablet, sua mente voltou a Matteo. Veneza, distante, cada quilômetro separando-os parecia um abismo intransponível. Ela lembrava do som da voz dele na ligação, da ansiedade