MATTEO – VENEZA
O celular escorregou das mãos de Matteo, batendo na mesa de madeira polida do pequeno café à beira do Grande Canal. As gôndolas passavam lentas, turistas riam ao fundo, mas o mundo dele havia parado.
As últimas palavras de Sophie martelavam como facas: “Eu também te amo, mais do que tudo. E é por isso que estou fazendo isso.”
Ele se levantou de súbito, a cadeira tombando atrás de si, arrancando olhares desconfiados de quem estava por perto. Pegou o celular novamente e tentou ligar. Uma, duas, três vezes. Nada. Caixa postal.
— Dannazione! — murmurou, passando as mãos pelos cabelos, sentindo a raiva e o medo queimarem por dentro.
Abriu o laptop, apoiando-o sobre a mesa. Digitava quase sem enxergar a tela, os dedos trêmulos. Buscou cada pista possível: mensagens, e-mails, qualquer coisa. E então lembrou-se da conversa da semana passada, quando Sophie havia comentado que estava sobrecarregada na Agence Lumière, em Paris. Era ali. Só podia ser ali.
Sem pensar duas vezes, pr