Parte 127...
Alejandro
A porta do quarto estava entreaberta. O silêncio lá dentro me incomodou mais do que qualquer discussão que já tive. E eu já conheço bem essa mulher. Quando ela está em silêncio demais… Tem coisa errada. Empurrei a porta devagar, sem bater.
— Camila?
Ela estava sentada na beira da cama, de cabeça baixa, os ombros caídos e fungando. Merda. O que será agora?
Empurrei a porta de vez, nem me importei em fechar. Me aproximei num pulo, o coração já batendo mais rápido do que quando entro armado num tiroteio.
— Camila… - ajoelhei à frente dela — Que porra aconteceu? Foi minha mãe? Ela te disse alguma merda de novo? Me diz.
Ela levantou o rosto. Os olhos vermelhos, mas o olhar… Não era de raiva. Era de algo mais profundo. Do tipo que quebra a gente por dentro.
— Não foi a sua mãe, Alejandro - disse, a voz embargada. — Não é isso. Não tem nada a ver com ela.
— Então me diz o que é, mulher. Você está me matando aqui. - levei as mãos ao rosto dela, sem conseguir disfarçar o