Alejandro Albeniz
Frustração.
Era estranho como esse sentimento podia se tornar quase um estado de existência. Desde a morte do meu pai, ele se instalou em mim como um visitante indesejado que se recusava a ir embora. O que mais me atormentava não era apenas a dor da perda, mas a consciência tardia de algo que eu deveria ter percebido antes: aquilo não foi natural. Aquilo foi um crime.
Quando pedi ao gerente do Can Roca que fechasse os portões do resort e não deixasse ninguém sair, metade dos convidados já havia ido embora. Muita gente importante, muitos desconhecidos também, e principalmente, o Pavel. Sim, ele. Sumiu, evaporou como fumaça.
A taça de vinho que meu pai segurava... desaparecida. Sumiu como se nunca tivesse existido. Era tudo muito suspeito. Tudo me levava a pensar que foi algo planejado, e muito bem planejado.
A polícia, ao menos, agiu com rapidez. Recolheu os HDs com as gravações das câmeras espalhadas pelo resort. Talvez ali houvesse alguma resposta.
Conversei com o