Alejandro Albeniz Talvez eu não fosse uma pessoa que soubesse lidar com sentimentos como o ciúme, nem vindos da minha parte, nem vindos de Ximena. Lembro de como tentei disfarçar a fúria que eu sentia ao vê-la conversando efusivamente com Iker Pavel, no entanto, não conseguia entender a cena que ela acabou de fazer perante a Violet.Fiquei ali com cara de otário, não queria ser mal educado com a loira, mas queria correr atrás da morena.— Pardon! Não queria ser inoportuna. Quer que eu fale com ela? — Violet disse.— Não, não, melhor não. Vai ficar tudo bem.— Explicaria a ela que só vim atrás de diverrsão, que não tem nada entre a gente. — o que ela não sabia era que se dissesse algo assim para a Ximena, apenas pioraria tudo.— Vai ficar tudo bem, Violet. — beijei a bochecha dela. — Merci. Foi legal te conhecer.— Está bem, já vou. Sua garota é muito bonita. Se ela topar algo a três, posso deixar meu número. Eu ri.— Melhor não, ela é bastante monogâmica e eu também. Ok, estava sen
Ximena ValverdeEstávamos deitados na cama, eu encostada no peito de Alejandro, sentindo o calor da sua pele quente e seu coração batendo ritmado. Os arrepios na minha pele eram constantes. O homem que me fazia estremecer deslizava as pontas dos dedos do meu ombro até a minha mão, indo e voltando devagar. De vez em quando, depositava beijos cálidos na curva do meu pescoço e no topo da minha cabeça, me enchendo de carinho. A respiração dele era calma, como se aquele momento de quietude fosse tudo o que precisávamos.Faltava algumas horas para a reunião, e a gente só estava sentindo o calor um do outro e a paz que aquele momento trazia. Era como se o tempo tivesse parado só para nós dois, nos dando uma pequena trégua da vida corrida, das responsabilidades e do peso que havia entre nós e que ainda nos rondava como um fantasma. Talvez fosse uma boa hora para ter uma conversa há muito adiada.— Eu quero saber tudo o que aconteceu. Agora eu quero saber. — falei de maneira repentina, surpree
Alejandro Albeniz — Bem que o meu pai me disse que o G200 era um executivo luxuoso, se eu deitar nessa cama, nem vou sentir que estou voando. — Ximena comentou, dando um suspiro de conforto, o que me fez sorrir.Nós estávamos sentados na poltrona dupla, em voo de cruzeiro, assistindo uns vídeos na super tela interativa, esse era um modelo de aeronave que tinha cinema, a tela de quarenta e duas polegadas descia do teto e ficava um pouco à frente do cockpit. Ximena apontava para a cama ao nosso lado, muito bem acolchoada, que dava para até quatro pessoas usarem como poltrona ou apenas uma pessoa deitar.— Ela é até confortável, agora sobre não sentir o voo, já não sei. Tem previsão de turbulência na Espanha. — comentei.— Sério? — perguntou um pouco assustada.— Sim, mas é de grau super leve. Dá até para fazermos um carnaval aqui.Ela riu e depois questionou:— O nosso carnaval ou o brasileiro? Aquele misturado com samba — ela remexeu os ombros. — E pessoas pulando?— O nosso carnaval,
Ximena Valverde Ainda tentava descobrir o que era mais constrangedor; eu ali em pé sem calcinha, ou a cara de descontentamento de Alejandro ao ver Iker na nossa frente.Tentando sair daquela situação vexatória, fui até Iker, lhe dando um beijo na bochecha e, de maneira descontraída, eu disse:— O que faz aqui? Já faz mais de quatro horas que largou do trabalho. — para não piorar a situação, tentei amenizar minha expressão tão surpresa e confusa quanto a do Alejandro.— É, Pavel, o que faz aqui? Algum problema urgente e confidencial na empresa, ao qual você não poderia esperar até amanhã ou ligar? — o tom de voz duro do Alejandro era nítido.Imediatamente e disfarçadamente, mandei um olhar reprovador para Alejandro. Fosse lá o que ele estivesse pensando, deveria guardar para si só, afinal, Iker não tinha ideia de que estávamos juntos e, ao menos no momento, ninguém dentro da empresa deveria saber.— Ximena disse que estava vindo embora, resolvi esperar para levá-la em casa, fiz mal? E
Ximena Valverde Sabia que não estava na hora de acordar, ainda era o final da madrugada, beirando aparecer o crepúsculo para o amanhecer. O sonho era muito bom, sentia todo o universo passar pelo meu corpo, me envolvendo de magnetismo e calor. Mas para que sonhar, se a realidade era muito melhor? Abri meus olhos e Alejandro tinha a cabeça no meio das minhas pernas, sugando meus lábios inferiores da mesma maneira que fazia com a minha boca. Se tinha melhor maneira de despertar, eu desconhecia. Fiz um movimento brusco, com isso, provavelmente Alejandro pensou que eu fugiria. Só se eu fosse louca. Ele segurou minhas coxas com precisão e afundava a língua de maneira rígida no meu meio, tocando minhas paredes internas. Sua língua explorava os meus cantos mais sensíveis, me deixando enlouquecida. Me contorcia, arranhando o lençol que forrava a cama. Queria cravar minhas unhas na pele dele, mas quando me curvava, Alejandro não deixava, me empurrava com cuidado de volta ao colchão. — Al
Alejandro Albeniz Dizem que quem não deve não teme, mas não sabia porquê, ao ver Ximena conversando com os policiais, algo em mim se moveu aqui dentro. Senti um arrepio, uma coisa estranha e a necessidade urgente de tirar eles de perto dela.Lembro de um dia que cheguei em casa e Mercês me informou que o acidente entraria em investigação pela civil. Eu pouco me importei, tinha certeza de que não fiz nada de errado, mesmo assim, ao vê-los aqui, algo me incomodou. Eu só ainda não entendia o motivo.Entramos na minha sala e falei para eles se acomodarem. Um deles sentou na poltrona e os outros dois nas cadeiras de frente para mim. — Então, senhor Albeniz, que curioso a noiva de Carlos Alcaraz trabalhando aqui na sua empresa, gratidão ou remorso? — um dos policiais questionou.Foi impossível não franzir o cenho. Que porra o policial estava pensando? — NRA, nenhuma das respostas anteriores. — falei debochado. — Ximena Valverde entrou aqui pelo próprio mérito, só tomei ciência dela na va
Ximena Valverde Saber que Carlos foi vítima de algum sádico ou de um erro absurdo, trouxe dores que já estavam um tanto adormecidas. No entanto, eu não iria deixar a tristeza me dominar. Carlos merecia justiça e eu lutaria até o fim por isso.Sabia que meu estado de nervos estava fazendo Alejandro ponderar em me contar tudo o que sabia, mas ele tinha que entender que não podia esconder nada de mim. A família do Carlos e eu tínhamos todo o direito de saber quem foi o culpado por sua morte e de cobrar que essa pessoa fosse punida.— Ximena, não há culpados ainda. Primeiro, é uma investigação para saber quem abasteceu a aeronave com o combustível errado e só depois, teremos um indiciado e, se a polícia provar, aí sim, teremos um culpado. — ele me explicou com cautela.— E o plano de voo, foi assinado por quem? — Essa parte muito me interessava.— Eles ainda estão investigando isso.— É um papel, Alejandro, é só olhar a assinatura. — falei o óbvio.— Sim, o Sepúlveda está tratando de en
Alejandro Albeniz Com meu pai era desse jeito, tínhamos que deixar ele falar e falar e falar. Botar para fora todo tipo de asneira megalomaníaca que ele, em sua cabeça, achava mais do que normal. Entretanto, tudo tinha limite, uma linha tênue, e ele começou a cruzar essa linha quando insistiu em atacar a Ximena.— Na minha casa essa aproveitadora sem berço, essa cadela sem pedigree não entra!— A quem o senhor está chamando de cadela? Não me faça esquecer que o senhor é meu pai e fazê-lo engolir seus próprios dentes! — ele arregalou os olhos. — Está perdendo o juízo, a noção.— Não vou aceitar que me ameace dentro da minha própria casa. Exijo respeito!— Respeito não se exige, se conquista. E você perdeu o meu no momento em que ofendeu a mulher por quem eu me apaixonei. — acho que ele nunca pensou que eu diria algo assim, que estava apaixonado e justamente por uma qualquer no dito dele. Afinal, sua expressão não negava sua surpresa. — O senhor está idêntico a puta da sua mulher, porq