Ximena Valverde
Nesse momento, minha inquietude não era de raiva, era de desespero. O desespero de sentir a pele arrepiar com as coisas que ele falava, de sentir o estômago revirar com as palavras que saíam da boca desenhada de Alejandro Albeniz, de sentir o ventre aquecido com um simples toque de pele.
Não podia sentir nada daquilo!
Querendo sair daquele momento ilesa, fingi que não ouvi sua frase e mudei totalmente de assunto.
— Não se surpreendeu quando percebeu que saí da casa dos meus pais?
— Talvez ontem me surpreendesse, mas hoje, o senhor Pedro foi até a Granafly. — ele deixou a frase subentendida, mas eu sabia a que se referia.
— Meu pai sempre foi reservado, agora virou um senhor alcoviteiro?
— Não fica chateada com ele. — enquanto falava, ele ainda procurava uma música para ouvir na extensa playlist de Carlos, enquanto isso, lá fora, a chuva insistia em cair, sem trégua.
— Não estou. Isso não era nenhum segredo. — dei de ombros.
— Essa é perfeita! — Provavelmente, ele, en