Catalina Lombardo
Todos já dormiam, tinha certeza que ele me esperava nu e com a porta destrancada. Meti a mão na maçaneta e ele me aguardava de pé, com duas taças a mão e o rosé no gelo.
— Eu sabia que estava me esperando. — falei assim que entrei.
— E eu sabia que você viria, sua safada. — Um sorriso sem vergonha pintou seu rosto.
Beto pôs as taças na banquinha de cabeceira, pegou a garrafa já aberta e entornou a bebida direto no gargalo. Me puxou para perto dele, dividindo o líquido e sua língua comigo. A gente transou como se o mundo fosse acabar.
Era por volta das duas da madrugada quando saí do quarto do Beto e voltei para o meu. Quando entrei, minha tia estava sentada na beirada da minha cama.
— Fumando dentro do meu quarto? — a repreendi.
Ela levantou da cama e apagou o cigarro no meu travesseiro, deixando um buraco e um cheiro horrível de queimado.
— Que isso, Mercês? — praticamente gritei, furiosa.
— Isso é para não apagar ele na sua cara! — Ao mesmo tempo, a mão dela exp