84. DESTROÇOS
PAOLA BACKER
O restante do dia não tive forças ou vontade para levantar.
Não chorei mais, apenas estive deitada na cama, agarrada à uma camisa do John. Seu cheiro quase não estava mais presente, o amadeirado do perfume favorito dele era bem distante.
Alma vinha bater na porta a cada duas horas, pra saber se eu estava viva ou oferecia comida. Negava tudo, precisava de algumas horas ou anos sozinha.
As vezes ouvia longe o choro da minha filha e me perguntava se podia mesmo cria-la sem o John.
Próximo do anoitecer, resolvi descer.
Alma sorriu quando me viu e entregou a bebê.
Estranhamente relutei para pega-la no colo. Confesso que não suportava ver os olhos dela, ainda estava muito recente.
Fechei os olhos e senti seu cheirinho de perto, beijei sua bochecha macia, mas sem realmente vê-la.
— Ela sente sua falta. — Duvidei de suas palavras, Melinda já sobreviveu mais de um mês sem mim.
Mas eu sentia falta dela. Eu a amava mais que tudo. Mel, era o único elo entre mim e