68. CASINHA AMARELA
PAOLA BACKER
A ultima semana que passei naquela casa fora um verdadeiro inferno, pela primeira vez, a Esme chegou a usar violência física comigo.
Depois de tomar café da manhã com meu marido, vesti minha roupa de caminhada: legging preta quentinha, batinha azul, tênis (que meu marido fez questão de amarrar os cadarços).
— Beijo — estalou um beijo na minha testa e apertou minha bunda por cima da roupa — Te amo. — Apenas sorri sem poder responder por causa da boca cheia de creme dental.
Ouvi seus passos pelo corredor se tornarem mais distantes até a porta da saída fechar.
Terminei de escovar os dentes e ainda tive tempo para acenar da janela enquanto ele saia de carro.
Fiz um rápido rabo de cavalo no cabelo que já havia crescido até um pouco abaixo do ombro.
Respirei fundo e sai do quarto, abri a porta bem devagar, evitando ao máximo fazer qualquer ruido. Mas para meu azar, Esme ia saindo do dela.
Ela me encarou por alguns segundos, até eu levantar o dedo, fingindo