Carolina tomou dois goles seguidos de suco de laranja, nos cantinhos da boca, ainda tinha resquícios de ketchup vermelho.
Ao ouvir a pergunta de Juliana, ela parou um instante, pensativa, antes de responder:
— O papai é muito bom comigo.
Juliana e Maia trocaram um olhar. Por um momento, acharam que talvez tivessem exagerado nas suspeitas.
Mas então Carolina continuou:
— Tudo o que eu quero, o papai compra. Mas ele nunca me abraça nem me dá beijo. A mamãe disse que é porque ele tá sempre muito cansado.
Não demonstrar carinho de forma espontânea...
Isso, sim, era preocupante.
Havia algo errado ali.
O que exatamente, Juliana ainda não sabia dizer. Mas sentia que não era apenas cansaço.
Ela olhou o horário no celular, já estava na hora de voltar. Pegou a mãozinha de Carolina e as três seguiram de volta para o hotel.
Quando chegaram, Larissa e Joaquim já haviam encerrado a briga.
Ele estava de pé, próximo à janela, fumando em silêncio.
Larissa, sentada no sofá, tentava conter o choro, os ol