As crianças de hoje têm uma memória surpreendente.
Com apenas três ou quatro anos, já conseguem guardar lembranças marcantes.
Carolina tinha cinco. Por fora, era só uma menininha doce e animada… Mas por dentro, carregava muito mais do que deixava transparecer.
Assim que chegaram ao elevador, ela se remexeu nos braços de Juliana e pediu baixinho:
— Titia, me coloca no chão... Estou pesada.
Juliana respondeu, sorrindo, que ela não pesava nada, mas respeitou o pedido e a colocou no chão com delicadeza.
As duas seguiram de mãos dadas, Carolina no meio, com Juliana de um lado e Maia do outro.
A menina caminhava de cabeça baixa. A tristeza estampada no rostinho era impossível de esconder.
Ao saírem do elevador, Carolina levantou os olhos, hesitante e perguntou:
— Titia… O papai e a mamãe brigaram por minha causa?
Uma pergunta como essa só podia significar uma coisa: Larissa e Joaquim deviam brigar com frequência quando moravam fora.
Juliana e Maia trocaram um olhar rápido. Em seguida, as dua