As pessoas corriam em todas as direções, esbarrando umas nas outras.
O burburinho era ensurdecedor, engolindo completamente a voz de Bruno, que se perdia no meio da confusão.
Juliana acabou sendo levada pela multidão, avançando junto ao fluxo desordenado de corpos.
Tudo ao redor era escuridão. Com a mão apoiada na parede, ela se guiava pelo tato, até que avistou à frente uma tênue fonte de luz.
Antes mesmo que conseguisse controlar a sensação crescente de irritação, uma mão agarrou seu pulso de repente.
A palma era áspera, marcada por calos que arranhavam sua pele, provocando uma leve ardência.
Era uma mão de mulher.
Juliana não reagiu. Deixou-se ser puxada, sem resistência.
Elas seguiam em sentido contrário ao da multidão. E ali, no breu, podiam se mover com total liberdade.
Enquanto caminhavam, Juliana percebeu algo incomum: na parede, traços sutis de pó fluorescente.
Na mesma hora, tudo fez sentido.
A fraca luz adiante permitia distinguir vagamente a silhueta da pessoa à frente, e o