Sob a neve que caía sem trégua, um homem desceu do banco traseiro do carro, vestindo um sobretudo preto que contrastava com o branco ao redor.
Alto, imponente, sua simples presença impunha uma pressão silenciosa, quase palpável.
Vitor saiu correndo como um foguete.
— Irmão! — Gritou, cheio de entusiasmo.
Apesar de terem quase a mesma altura e feições com uns 70 ou 80% de semelhança, as auras deles não poderiam ser mais diferentes.
Vitor ainda carregava a leveza da juventude. Perto de Vinícius, parecia apenas um garoto brincando de ser adulto.
— Sim. — Respondeu Vinícius, com um leve aceno de cabeça, enquanto seus olhos passavam por Vitor e pousavam em Juliana, que se aproximava a passos firmes.
O rosto dela, familiar, o fez ficar atônito por um instante.
Juliana tomou a iniciativa, mantendo a educação de sempre:
— Sr. Vinícius.
Ele então despertou do breve transe. Seus olhos, escuros e profundos, esconderam qualquer traço de emoção nas sombras de um olhar indecifrável.
— Srta. Juliana,