Bianca e Helena eram o que se chamava de amigas de plástico.
Desde a última vez que se viram no hospital, algo entre elas havia mudado de forma sutil, mas definitiva.
Mesmo estudando na mesma turma, as duas passaram a se evitar num acordo silencioso, quase involuntário.
A verdade é que Bianca não queria perder Helena como amiga.
Dentro do círculo social em que viviam, só Helena era alguém com quem ela conseguia se abrir de verdade. E, o mais importante: Helena gostava de garotas!
Com orientações sexuais diferentes, nunca correriam o risco de se apaixonar pelo mesmo cara e isso era um alívio.
Foi por isso que, ao saber que Helena tinha se machucado e estava internada, Bianca nem passou pela escola no dia seguinte. Foi direto ao hospital.
Levava uma cesta de frutas e alguns presentes nas mãos. No começo, o clima estava até agradável, mas uma frase dita sem maldade acabou virando o estopim.
Helena explodiu.
Bianca encarou os cacos de vidro espalhados aos seus pés, o rosto rígido.
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